No dicionário diz que vem do latim "solitas" que significa solidão e define-se como a "Lembrança grata de pessoa ausente ou de alguma coisa de que alguém se vê privado" e como o "Pesar, mágoa que essa privação causa". Não está errado. Mas eu poderia acrescentar, como o sentimento que mais dor trás. Quando perdemos alguém, seja como for, por morte ou por circunstâncias da vida, o choro e o sofrimento causado vem do sentido de perda sentido naquele momento. É uma das coisas que o ser humano ainda não está totalmente domesticado. Perder alguém, seja de que forma for, é das piores coisas que a vida nos vai pondo no caminho ao longo do tempo. Os sintomas, são mais dolorosos do que muitas doenças que por aí existem: um vazio infinito no peito, o aperto no estomago, uma dor forte sem saber muito bem onde, uma perda brutal de força, entre outros.
Chama-se Lei da Vida. A própria natureza, deixa que as folhas no outono caiam para que outras nasçam. A árvore chega mesmo a ficar vazia, apenas com as raízes. O Sol poem-se para que a Lua possa brilhar. A nossa alma fica assim. Vazia. Sem qualquer aconchego possível, e até o dia mais quente do verão consegue ser o dia mais gelado. Mas quando se fala em perder alguém, há faltas que não são colmatadas nunca. Há vazios que nunca são preenchidos. Dores que nunca passam. No inicio, o sentimento que sobressai é a dor. Dor por termos perdido esse alguém, por sabermos que não o iremos ver mais, não iremos senti-lo nem ouvi-lo. Depois, ao longo do tempo essa dor, que achamos infinita, dá lugar á saudade. Essa sim, nunca passa. Nunca é amenizada. Apareça quem aparecer, nunca é substituída. Falando na primeira pessoa, a mim a dor não passou, só que a saudade já é tanta que a dor já nem é relevante. Todos os dias penso em como seria se ela ainda aqui estivesse, mais velhinha é certo, mas nós ás vezes somos tão egoístas que por muito doente que esteja a pessoa amada, nós queremos é tê-la ali, não queremos que ela se vá, embora saibamos que é o melhor. Aí misturam-se os sentimentos. De um lado, está o vazio sentido pela perda, a tal dor que não tem lugar especifico, apenas doi. Do outro está a paz sentida por sabermos que agora não sofre mais, que todo o sofrimento duma vida está acabado. Nada me custou mais na vida do que vê-la sofrer, mas também não há dor no mundo igual á que eu senti quando os seus olhinhos se fecharam.
Quanto á dor, não sei bem onde ela está, sei que ainda está cá, levezinha, mas está. Agora a saudade, essa só irá acabar no dia em que eu estiver lá ao lado dela. Sei que não gosta que eu esteja assim, sei que gostava de cá estar para me dar na cabeça e para me tratar com as suas mesinhas caseiras, mas também sei que me vê, me acompanha e
me encaminha, e que sabe que tudo o que faço, é apenas com o intuito de a deixar cada vez mais orgulhosa.
Continue a olhar por todos nós, cuide de mim e ilumine a minha vida, o meu caminho, junto de Deus. Um abraço bem forte, com toda a saudade do mundo. Minha rainha, o verdadeiro amor nunca morre.
Bonito pensamento!
ResponderEliminarOnde quer que esteja, nunca colocaria em causa o teu afeto, porque quando próximo tu o soubeste transmitir como ninguém!
Mas...
Eu prefiro pensar não na perda, mas na ausencia!
Entre o chegar e o partir exite um durante, e nos momentos de ausência, eu recordo o durante com um sorriso de quem um dia foi contemplado com a presença de quem me embalou nos aconchegos da VIDA!
Isabel Melo