Sou mais uma alma vagabunda que vagueia sob um corpo que caminha na direcção de futuro incerto. Sou algo que não se distingue no meio da sociedade presente do nosso sub-mundo. Sou e sinto-me como apenas mais um ser que divide o mesmo ar, o mesmo estado de espirito (ou não) com o resto da multidão que me faz ver o quão insignificante é a minha presença em tal mundo cruel.
Sou mais triste que felizarda por serem mais as pessoas que me largam a mão e me obrigam a caminhar sozinha do que aqueles que me seguram e caminham a meu lado. Não que eu precise de "bengalas" para me ajudar, mas também não gosto de sentir o eco quando falo para dentro.
Sou arrogante, preguiçoso, orgulhoso é verdade, mas os pontapés que levei fizeram de mim o que sou hoje. Sou constante, modesto e um pouco sortudo no azar que tenho. Sou aquele alvo de mesquiçes, aqueles ue por ser tão neutro na sociedade, a multidão sente uma necessidade enorme de inventar coisas a meu respeito, pensando que algum dia, eu, Ninguem da Silva Indiferente, me "revoltaria" ou algo do genero. Sinceramente, prefiro assistir á tristeza profunda dessa "gente", se assim lhe podemos chamar.
Continuando, sou portanto, alguém mas também não sei quem, que sente coisas mas não sei o quê, que vai seguindo para não sei onde e que quer aquilo não sei como.
Sou o sorriso na tristeza de uns, e a tristeza no sorriso de outros. Sou a insignificância que se vê, mas ao menos sabem quem sou. Sou este, aquele e o outro. Sou triste com todas as minhas alegrias, inseguro com todas as minhas seguranças, confuso com todas as certezas.
Esou, sinto-me, a pessoa no meio da multidão.
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